O desafio dos gestores sempre é alcançar o tão desejado comprometimento de seus profissionais, traduzido comumente no termo “vestir a camisa”, “dar o sangue” ou “ver-se como dono”. Parece algo inatingível, mágico ou, como acreditam alguns, “ou vem com a pessoa, ou nunca terá!”. Ao contrário! Fenômenos comportamentais como Comprometimento, Envolvimento e Satisfação com o trabalho são produtos da relação construída entre profissionais e estruturas organizacionais. Os gestores são os principais agentes de condução deste processo. Para tanto é importante entender o que cada um significa realmente e que resultados podem trazer à organização.
Comprometimento é um dos fenômenos comportamentais mais almejado por organizações competitivas, porém pouco se conhece a respeito dele. O comprometimento é consequência do entendimento que os profissionais constroem a respeito da personalidade (ou cultura) da organização. Esta percepção dependerá das informações que são disseminadas pela própria empresa. Quanto maior o processo de identificação que um indivíduo constrói com os valores e crenças de uma organização, maior e mais afetivo se torna seu comprometimento. Ele realiza suas atividades dentro da estrutura organizacional sentindo-se representado enquanto pessoa por esta estrutura. Com isto, compartilhando de suas visões e conduções, entrega-se à relação de “corpo e alma”, literalmente.
Esta identificação ocorrerá (ou não) independentemente da vontade dos gestores, portanto, estar atento as informações passadas formal e informalmente aos profissionais é de fundamental importância para quem realmente deseja tal comprometimento. Aspectos como a percepção de reciprocidade entre organização e colaboradores, suporte organizacional e justiça são influenciadores diretos do tipo de comprometimento que se alcança. A sensação de prazer ao realizar uma atividade aumenta o envolvimento das pessoas, potencializando a eficácia do resultado apresentado. Para isto é importante conhecer e alinhar bem aspectos como características de personalidade do indivíduo, do gestor e do cargo exercido e condições do trabalho a ser realizado. Estando tais características percebidas e trabalhadas pelos gestores, o prazer resultante em realizar a tarefa trará aumento da autoestima e da percepção de importância sentidas pelos profissionais, resultando em maiores esforços, aumento da produtividade e do comprometimento com a empresa, redução de faltas e desânimo no trabalho, e preservação da saúde de todos os envolvidos. Observar, caracterizar e definir estratégias eficazes, junto a profissionais qualificados da área comportamental, é um foco relevante para gestores de alta performance já que sua é a responsabilidade por este resultado. Os resultados percebidos por empresas e gestores que tem como diferencial competitivo a potencialização do fator humano, tem mostrado o quanto vale a pena responsabilizar-se por uma gestão voltada, também, para os aspectos comportamentais. Principalmente em momentos de adversidade, o humano e sua entrega aos desafios organizacionais tornará possível a superação de obstáculos, gerando resultados de forma produtiva e saudável.
Raquele Collares
MS. Psicologia Organizacional, Coach e Consultora.
